tag:blogger.com,1999:blog-40330362839113512322024-03-13T15:52:21.430-03:00VÉÏÖ CHÏÑÄPoesias, prosas poéticas que falam dos homens, do amor, das suas esperanças e descrenças.Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/05692483004996136184noreply@blogger.comBlogger109125tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-8524955451553902292014-05-18T16:38:00.000-03:002014-06-11T23:53:57.028-03:00EnganosA dor se manifesta, mas não se imprime<br />
Em tonalidade de lamentos, ou se lança<br />
Ao calor dos beijos que passado refuta<br />
Ou aos murmúrios cálidos de um amor<br />
Que muitos sabem, desabou fracassado<br />
<br />
Dores não se alardeiam ou partilham<br />
São solitudes pactuando penitencias<br />
Ao silêncio das paredes dum quarto<br />
Repleto de roupas, livros, cobertores<br />
Cúmplices mudos à ordem dos fatos<br />
<br />
Assim é a dor; um eterno desafio a autoestima<br />
Privilegiado aquele que por ela se sentir tocado<br />
Pois paulatinamente sem notar, os insensíveis<br />
Amargam-se abandonados como um cão vadio<br />
Refém da rudeza duma vida onde não há afago<br />
<br />
Logo, dor maior é aquela que nos trancafia na redoma das inverdades<br />
Nas mentiras ditas por nós aos nossos olhos encharcados de poeiras<br />
A vislumbrar ansiedades que persistem, mas recusam o arfar do peito<br />
Na farsa consentida pelo coração que ao tempo transformou cúmplice<br />
O pulsar cruel e disrítmico diante a fragilidade nostálgica das emoções<br />
<br />
<br />
Copirraiti17Mai2014<br />
Véio China©Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-40541804232512777422014-03-08T20:15:00.002-03:002014-06-14T23:13:19.701-03:00Frágil<br />
<br />
<br />
Há algo que no dentro de mim conspira<br />
Um exército de mesquinhez e malfeitores<br />
Alardeando que por hora não se inspira<br />
Nos contos de fadas ou eternos amores<br />
<br />
Há algo além, vago, à caminho do cerne<br />
Que se ajoelha diante da batalha perdida<br />
E ao corte da navalha que expõe a carne<br />
Do reinado de um rei devastado em vida<br />
<br />
Há algo frágil, e do meio pros cantos<br />
Faminto de rubro vinho embrutecido<br />
E da embriagada luxúria dos prantos<br />
Dum Eu posto em taça, desconhecido<br />
<br />
Copirraiti08Mar2014<br />
Véio China©Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/05692483004996136184noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-15216301399458961392014-02-17T23:08:00.003-03:002014-03-31T23:32:10.579-03:00Amour & Amour (Contradições)Talvez seja-me desafiador falar dos amores<br />
Pois busco na amplitude do Id melancólico<br />
A lírica textura dum poeta oculto nas frases<br />
A justificar as frivolidades do seu sentimento<br />
<br />
O poeta é um mentiroso, é a lágrima seca<br />
É o olhar dissimulados a dizer que chora<br />
São covardias que farsa poética disseca<br />
Sem traduzir dos olhos o tom que ama<br />
<br />
<br />
O poeta fará da alegria e tristeza o poema, morfologia<br />
Cultas frases lapidadas à mercê de sorrisos e lamentos<br />
Então saiba; Olhos são mais fiéis que a sensível poesia<br />
Pois as letras não ordenam lealdades nos sentimentos<br />
<br />
E esse é o motivo de ser-me difícil escrever o amor<br />
Mas se te aprazas o mel sorvido no relacionamento<br />
Eu o te darei, pois sou as tantas infinidades do ator<br />
Dantes ouças meu coração e decifres o batimento<br />
<br />
Já que poesia alguma irá confessar o quanto ama<br />
Assim como revelado nos tons da minha pulsação<br />
<br />
Copirraiti17Fev2014<br />
Véio China©<br />
SCS<br />
<br />
<br />Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/05692483004996136184noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-19333392363329638732014-02-16T21:55:00.002-03:002014-08-08T15:57:23.555-03:00COLORS<br />
<br />
Todos se amotinaram, relataram<br />
A raiz, o cubo, e a dura verdade<br />
Tons turvos que no ar evaporam<br />
As cenas isentas de simplicidade<br />
<br />
São dedos que apontam o que restou<br />
É a solidão alcoolizada nas metáforas<br />
São as nostalgias que o vento exalou<br />
Pássaro em riste sem voo de alforria<br />
<br />
Foram ilusões impondo o dolo e a crença<br />
Pruma sobrevida de sensores emperrados<br />
Um doce gosto de engano na boca criança<br />
A farsa das traições nos olhos apaixonados<br />
<br />
Sim, todos foram nos legando coisas extraídas<br />
Numa existência que só agora as dívidas cobra<br />
Nestas cicatrizes que hoje relembram histórias<br />
De mim, o tolo expulsando amores cova afora<br />
<br />
Assim, jamais haverá o porquê de me queixar<br />
Das tonalidades dos olhos que me quiseram<br />
Todos estiveram ao meu alcance, aquém mar<br />
Olhares nus, incautos, e que tudo expuseram<br />
<br />
Entretanto, não permiti o decifrar das matizes<br />
<br />
Copirraiti02Fev2014<br />
Véio China©Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/05692483004996136184noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-62364890992202201202014-01-29T21:46:00.001-02:002014-01-29T22:03:25.291-02:00Aos pedaços<div class="MsoNormal">
Preciso repartir-me que nem elos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Engrenagens de aço na corrente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Articulando à direita, à esquerda<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fazendo parte do encaixe perfeito <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É preciso doar-me, ser gomo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De laranja, da fruta do conde<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ser degustado nos paladares<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que me consumam vísceras<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Essencial é ser a fera em natureza<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Leão, tigre, no negrura da pantera<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A ocultar-se em evidentes fatores<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que rujam cantigas da possessão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Crucial me é voltar à vida dos velhos sentimentos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
À tensa ansiedade e aos suores na palma da mão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que um dia me fizeram acreditar que houve amor<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Naqueles olhos que sorriam ante inequívoca paixão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Copirraiti26Jan2014<o:p></o:p></div>
Véio China©.<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/05692483004996136184noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-1696143302508088742014-01-15T13:29:00.003-02:002014-08-08T16:37:24.756-03:00Esencia<br />
Com quais os olhos<br />
Queres que te decifre?<br />
Desejas expor-me o olhar do começo<br />
Inflamando ternura, bradando amores<br />
Ou aquele que viceja as tempestades<br />
Trovejando libido ou ardendo paixão?<br />
<br />
Afinal, quais são teus olhos agora?<br />
Eles estão arrefecidos no espírito?<br />
Penso - Talvez tenhas te dobrado ao tempo<br />
Como ciclos amainados em brisas de verão<br />
Fatos que beatos em castas razões clamam<br />
Por credos santos num tribunal de redenção<br />
<br />
Digas...<br />
Eu aguardo<br />
Não me toca a pressa!<br />
<br />
..............<br />
<br />
Então...<br />
Calas, nada dizes?<br />
Pois que diga eu!<br />
<br />
Não, não és e jamais serás santa<br />
Pois o olhar que por ora me fita<br />
É o dos olhos que de ti conheço<br />
E há tempestades, raios e trovão<br />
A fome necessária ao teu instinto<br />
Entocado esturrando devassidão<br />
<br />
Mas...Não, não abdiques do teu olhar<br />
E mesmo que tentes ser um camaleão<br />
Assim como o foi ao início e será no fim<br />
Entendo ser presa e por ti serei vitimado<br />
Pois não há as asas da paz em teu olhar<br />
Pero, sólo los ojos de las tantas onzas<br />
<br />
Copirraiti14Jan2014<br />
Véio China©<br />
<div>
<br /></div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-85204120574566178302014-01-13T21:10:00.000-02:002014-01-13T21:45:09.005-02:00ENIGMAÉ NA COR DO<br />
TEMPO<br />
<br />
QUE ME DECIFRA O<br />
VENTO<br />
<br />
E ELE ESCORRE<br />
DENSO<br />
<br />
AO ME ESVAECER<br />
LENTO.<br />
<br />
LENTO..<br />
LENTO...<br />
<br />
Copirraiti06Jan2014<br />
Véio China©Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/05692483004996136184noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-63922368296756497992013-12-27T18:59:00.002-02:002013-12-27T18:59:55.404-02:00ALFORRIA <br />
Em algum ponto<br />
Deste lugar<br />
Algo não foi dito<br />
Talvez nem sentido<br />
<br />
Entretanto, houve nas metáforas<br />
Deste espaço tênue<br />
Divisor de realidades e fantasias<br />
Coisas por mim, jamais avocadas<br />
<br />
Ora! por mais que não queira<br />
Tocarão músicas dentro de mim<br />
Sons difusos, porém sucumbidos<br />
Aos seus tantos dotes de reprovação<br />
<br />
Chega!<br />
<br />
Portanto, chega!<br />
Pois desprezei demais a loucura<br />
Ao me parecer insano lhe afrontar<br />
E amanha, mesmo que motivo haja<br />
Não será você a cruz a me imolar<br />
<br />
Cristo... ao que saiba<br />
Foi apenas um<br />
<br />
Copirraiti26Dez2013<br />
Véio China©Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-83990338088690904542013-12-22T15:20:00.002-02:002014-04-30T20:47:48.583-03:00NaufrágioEstive em teus olhos castanhos<br />
<br />
Ali onde brotam as lágrimas<br />
E me vi num olhar tão bonito<br />
Desaguando dores tão vastas<br />
<br />
Enquanto eu<br />
<br />
Inexoravelmente imune<br />
Naufragado de tuas feridas castas<br />
Não me afoguei<br />
<br />
Copirraiti20Dez2013<br />
Véio China©<br />
<div>
<br /></div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-47489621303426316542013-12-22T15:18:00.001-02:002014-11-19T11:58:29.049-02:00MatizesDesafia o decifrar do amor<br />
Seria o amor, púrpuro<br />
Um tom não contumaz?<br />
Alipas, não poderia ser<br />
Branco<br />
Negro<br />
Azul...<br />
Ou tanto faz?<br />
<br />
E se ele fosse lilás?<br />
Cor andrógena<br />
De amalgamadas matizes<br />
Entretanto...<br />
E se vermelho o amor for?<br />
Sim, possibilidade da razão<br />
Carmim, a gradação ardente<br />
A cor dos gemidos e prazeres<br />
<br />
Ah... o amor!<br />
Por mais que me atrevo a pintá-lo<br />
Sei que nele não haverá cor<br />
E se num tempo houver<br />
Será o tom que a ele se propor<br />
E ele se ostentará nos olhares<br />
Nas madrugadas, crimes e castigos<br />
A se enfileirar na carreira de dentes afiados<br />
<br />
Noutras,<br />
Será apenas o decantar da poesia menina<br />
Dessas, contraditórias e de sorriso pueril<br />
A vingar num amor que perdurará instantes<br />
Ao reviver das calmarias e nos mil repentes<br />
Dos olhos ardentes e das nuances calientes<br />
Assim como presas mortais duma serpente<br />
Ao se imolar, abatida pelo guizo do tempo<br />
<br />
Enfim..<br />
<br />
Amar é o dom de se manter feliz<br />
É o esmaecer no receio dos medos<br />
Que os carregamos também<br />
É a água das chuvas densas<br />
Que molham, molham e molham<br />
E me encharcam.<br />
De cores que, me tingindo<br />
Diluem-me em aquarelas<br />
<br />
Copirraiti07Dez2013<br />
Véio China©<br />
<div>
<br /></div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-32159949621634533382013-12-22T15:15:00.001-02:002014-06-15T02:33:31.905-03:00A PalavraA palavra<br />
É arma<br />
Branca, negra<br />
É caleidoscópio<br />
De todas as cores<br />
<br />
A palavra<br />
É grosso calibre<br />
É o fuzil da alma<br />
Um tambor que gira<br />
Roleta que pode matar<br />
<br />
Enfim...A palavra<br />
Ecoa, aglutina, dispersa<br />
E consente vida às revoluções<br />
Que se amotinam desafiadoras<br />
Na turbulência equidistante do você<br />
<br />
Copirraiti23Nov2013<br />
<div>
Véio China<span style="background-color: white; color: #898f9c; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.99715805053711px;">©</span></div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-66591538391875657022013-07-28T18:59:00.000-03:002013-07-29T14:08:43.765-03:00Galho Seco<br />
Eu gostava daquele pássaro de feição assustada<br />
Aprisionado como um bandido dentro de mim<br />
Refém das minhas ansiedades e sentimentos<br />
Que jamais notaram que o amor pode sufocar<br />
<br />
Foi um tempo de álibis e cegas esperanças<br />
Ludibriando meus incontáveis devaneios<br />
Que mimavam um pássaro meigo e confuso<br />
Forçado a deixar a vida menos insuportável<br />
<br />
Contudo para tanto peso era mais que justo<br />
Que o pássaro reivindicasse o seu espaço<br />
Portanto abri as portas e fiz-me sentir dor<br />
Nas estacas do abandono que me cravavam<br />
<br />
E foi assim por transversos discernimentos<br />
Que o pássaro num canto triste se libertou<br />
E voou o mais alto e o tão longe que pôde<br />
E navegou todas as decisões dos seus pares<br />
<br />
Sobrevoando os céus dum mundo<br />
Sobriamente cinza e tão somente seu<br />
Pois em seus vôos quase não há cores<br />
Mas sim tempestades por onde pouse<br />
<br />
Sim, sei que tudo permanece no passado<br />
Assim como sei que em tempo presente<br />
Haverá desenganos de sua sensibilidade<br />
Que se amputa à doce nostalgia do olhar<br />
<br />
Olhar que não me nega as verdades que conheço<br />
Pois quando vaza sua saudade transborda também<br />
A necessidade de rever e se amparar nessa árvore<br />
Que agora se despe das contradições e lamentos<br />
<br />
E deste jeito a vida segue, a dele e a minha<br />
Numa fria realidade que desaponta dedos<br />
Não há tristezas e tudo está como deve ser<br />
Afinal a dor dói tanto que desiste de doer<br />
<br />
Infelizmente nada fere a árvore que me tornei<br />
Não tenho raiz e nem o viço das antigas ramas<br />
Sou apenas caule tombado que não mais seiva<br />
E nem ressuscita no vento das quatro estações<br />
<br />
Hoje quem vê o abandono dessa árvore<br />
Orvalhada na opaca crueza do cimento<br />
Percebe nela a indiferença ressequida<br />
Onde não há sensação do frio ou calor<br />
<br />
Pois o que resta é angústia, é secura de vida<br />
Melancolia inerte fustigando os galhos secos<br />
Definhados na languidez dum corpo-tronco<br />
Até que a sábia natureza, encolerizada...<br />
<br />
... os assopre como se fossem pó<br />
<br />
Copirraiti15Jul2013<br />
Véio China©<br />
<div>
<br /></div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-78773586138323914592013-05-20T15:55:00.002-03:002013-05-20T15:55:52.942-03:00Rabo-de-Galo (Para Bento Calaça)<br />
O Rabo-de-Galo ( Para Bento Calaça)<br />
<br />
O homem das Alagoas veio a São Paulo<br />
Degustou churrasco e frango à passarinho<br />
Distante de suas iguarias indígenas e africanas<br />
Culinárias típicas afeitas ao seu paladar do dia a dia<br />
Como a tapioca, cuscuz de milho, massa de bolo puba<br />
<br />
Sorriu para todos, sentado à mesa com os amigos de Bar<br />
Comeu galeto magro, arroz farofa e pão com vinagrete<br />
E não reclamou a falta do seu maçunim, fritada de siri,<br />
O sururu e a peixada com pirão e molho apimentando<br />
Generosamente regados ao melhor leite de coco da terra<br />
<br />
Não lhe deram sobremesas, nem arroz doce, inhame<br />
A macaxeira com a carne de sol, o beiju,<br />
Grude de goma, pé de moleque,<br />
Ninguém falou em munguzá, canjica e pamonha<br />
Jaca, mangaba, pitanga, sapoti, caju e cajá<br />
<br />
Eita homi da mulésta e bicho arretado esse tal de Calaça<br />
Que deixando seus hábitos de lado veio dar num Flat no Paraíso<br />
Onde me disse que pra se usar o toalete foi necessário ter cartão<br />
Tarjado, magnético, antiético, olhar irritado com o treco complicado<br />
Mas pra tudo isso não fez caso, quis fotos, amigos e abraços<br />
<br />
No final e antes de abandonar os nossos olhares ébrios<br />
E as loucas noites dos tons cinzas da terra da garoa<br />
Um último pedido seu foi feito ( e plenamente atendido)<br />
- Mano velho, apesar deste meu olhar perplexo e angustiado<br />
Para um oceano de carros e prédios de cimento armado<br />
Não quero retornar minha saudosa e ensolarada Maceió<br />
Sem beber da lenda que trago no peito criança: O “Rabo-de-Galo”<br />
<br />
Copirraiti17Mai2013<br />
Véio China©<br />
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-53331031314293386342013-04-11T02:58:00.001-03:002013-04-26T23:17:40.853-03:00Perfumes<br />
Nos meus olhos há lágrimas. Lágrimas que olham para a porta da sala, testemunha viva das malas que há pouco exilaram junto de ti. Porém a ausência não tolhe o rastro do teu perfume favorito, teimoso, que insiste ficar como seu eu fosse a viúva duma fragrância que fere e causa dor.<br />
Não há como negar, me sinto a chaga do mundo, ferida que não cicatriza, a dor que persiste, mas que diz que há vida lá fora e sons como esses que, eclodindo na janela são gotas duma mesma chuva que inunda dentro de mim<br />
Ainda parada à passagem da sala, penso, repenso, e é tanta a dor, e o que faço?<br />
Maldito seja o que não não sai de dentro de mim! Maldito sejas tu e o teu perfume que o meu amor abomina, mas que persiste incrustado mim e ganha os quartos e corredores a cada um dos meus passos, sufocando-me, confundindo, me assassinando.<br />
Logo, me sinto mal e não mais quero respirar o ar dum passado de poucas horas, então saio e vou à procura de algum lugar que me faça livre do peso da idolatria que sinto por ti.<br />
Pela mesma porta da sala alcanço o quintal e me misturo às águas da chuva e à fúria dos raios e trovões. Sim, sei que tenho pavor do estrondo que produzem, mas, mesmo que me amedrontem não arredarei pé. Portanto deixo a chuva molhar minhas roupas, o rosto, tocar meus lábios num momento que não é bom, é agonia, é meu desespero, destempero que me lesa às frações e me ocultam descobertas relegando-me ao descaso melancólico do teu amor.<br />
Ainda estou frágil sob os rancores duma tempestade que mal inicia e tento evitar o desalento e não consigo, já que desencontrada de mim sinto-me distante daquilo que fui, do riso fácil e um olhar de esperança eterna.<br />
Sem saber como agir retorno para dentro da casa, e lá inesperadamente o teu cheiro me nauseia, enoja, mas mesmo que não se faça motivo relembro os teus olhos, e eles são lindos, mas estão tão longe agora.<br />
E é a imagem do teu olhar vagabundo que tatua minhas certezas, pois mesmo estando próximo estiveste tão ausente que jamais notaste as causas dos sorrisos nesta mulher que te amou.<br />
Sim, essa é a verdade e estou tão encharcada e tonta e ando para lá e pra ca como barata intoxicada, então entro e saio de quartos, inspeciono os corredores e retorno à sala acompanhada dum choro que me pede paciência e alguma necessidade do tempo.<br />
Não preciso de tempo! Irrito-me em lamentos de leoa ferida à merce dum último disparo. Surpresa acolho os momentos que em mim as gotas estancam e estacionam em meus lábios, mas elas me incomodam e obrigam-me a tocá-las com a ponta da língua. E assim eu faço e lhes sinto o sabor insosso, óbvio sinal de que tudo é passível de mutação, pois já deslizaram mais salgadas.<br />
Aturdida dirijo-me ao banheiro e acolho uma toalha de rosto, felpuda, e com ela vou à cozinha e preparo algo, preciso me ocupar. Feito, retorno para sala com uma pequena caneca à mão e a toalha ao ombro. Mas ali alguma coisa muda, está diferente, pois não mais ouço o barulho da chuva e nem dos raios e nem recende no ar o odor do teu perfume. Penso nisso por mais alguns instantes e um riso nervoso me escapa junto de duas lágrimas retardatárias; talvez o teu rastro, igualmente covarde se dobrou ao delicioso e estimulante aroma de coisa fresca. - Boa viagem querido! - Murmuro-te em desejo ao enxugar o solitário par de gotas na maciez das felpas.<br />
Antes de descansar a toalha no braço do sofá olho para as chaves duma porta trancada no mesmo instante em que desponta em mim um sorriso triste, nostálgico, conformado até, mas voluntarioso ao sorver o longo gole do café ainda quente.<br />
<br />
Copirraiti09Abr2013<br />
Véio China©<br />
<br />
*Primeiro experiência com um texto que tenta alcançar as sensíveis emoões de mulher.<br />
Se foi conseguido não sei.<br />
<div>
<br /></div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-34393249389350139782013-04-05T14:46:00.001-03:002013-04-05T14:51:53.189-03:00Introspecção<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p> </o:p>Talvez a natureza aguarde o momento mais propício</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Talvez espere que o amor esmoreça, que lágrima não caia <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E o sentimento nos abandone<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Pois talvez ainda veja em nós algo de solidariedade e paixão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Dessas que se acalantam exaurindo lágrimas dos emotivos <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Entretanto e talvez seja pouco e o muito pouco não basta<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Logo, quando o dia do fim chegar Sol e a Lua se perceberão; <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ele, o astro rei num riso mormo e a inércia da vida em fim <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ela, no fulgor radiante da princesa melancólica, nostálgica<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A refletir nos mares como lágrimas de mulher<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E, se desta forma for, talvez ao se encontrarem <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sol e Lua resultem num espetacular fenômeno <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que torne insano o mercúrio dos termômetros<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ou derreta em segundos as geleiras dos polos <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas assim ainda não o é, já que a caridosa natureza nos
permite aqui <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Pois sabe dos sentimentos, e que deles não renunciamos por
completo <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Como esses que se condoem e vertem choro nos rostos
emocionados. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E talvez, e só por isso que esteja pulsando vida,
prorrogando o tempo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Porém nada é ou será eterno, e se não houver sentido para
ser vivido <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Instante que a natureza percebendo em nós todos os elos
perdidos <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fará com que o Sol e a Lua se entrelacem num comovente
abraço <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Em carícias de tristes sorrisos ante a ironia do fato, a
mágoa do ato<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Que irá proporcionar o amargor do fel e o fim <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Já que, sacramentado, nada mais surtirá efeito <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E nem o admirar o embate nos será permitido <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pois o deslumbrante e estrondoso fim do universo <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eclodirá vontade em onipotente pororoca sideral</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Copirraiti16Out2007</div>
<div class="MsoNormal">
Véio China©</div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-68422289483721082962013-03-20T14:50:00.002-03:002014-01-13T21:14:04.239-02:00Máscaras<br />
<div class="MsoNormal">
Há na feição do teu rosto</div>
<div class="MsoNormal">
A inocência pura e casta</div>
<div class="MsoNormal">
Cânticos sacros e santos</div>
<div class="MsoNormal">
Da virgem enclausurada</div>
<div class="MsoNormal">
Par de asas que não voa</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E é assim que sorris, ponta a ponta</div>
<div class="MsoNormal">
A santidade no seu par de covinhas</div>
<div class="MsoNormal">
Raras sensibilidades, belas imagens</div>
<div class="MsoNormal">
Destas que nas sentenças da poesia</div>
<div class="MsoNormal">
Tatuam-nos bruxos, contos de fada</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Porém é no lamento dos teus olhos</div>
<div class="MsoNormal">
Onde nostalgias disseminam raízes</div>
<div class="MsoNormal">
Que mentiras em fel se desvestem</div>
<div class="MsoNormal">
Revelando que paixão das atrizes </div>
<div class="MsoNormal">
Nada mais é que fato dissimulado</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Copirraiti20Mar2013</div>
<div class="MsoNormal">
Véio China©</div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-69627584249026785542013-02-18T21:33:00.000-03:002013-09-02T12:12:27.039-03:00Néctar<br />
<div class="MsoNormal">
Entre negras rendas</div>
<div class="MsoNormal">
Mãos deslizam macias</div>
<div class="MsoNormal">
E é assim que te desnudo</div>
<div class="MsoNormal">
As curvas que me inebriam</div>
<div class="MsoNormal">
E como um tigre te farejo</div>
<div class="MsoNormal">
Ávido de sabores quentes<br />
Que a carne fresca denuncia</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sem compaixão com a língua vasculho</div>
<div class="MsoNormal">
Até cansá-la devassa, tê-la dormente</div>
<div class="MsoNormal">
Mas a recompensa chega em breve</div>
<div class="MsoNormal">
Ao ouvir os teus sussurros</div>
<div class="MsoNormal">
No teu prazer que me é canto</div>
<div class="MsoNormal">
Ao te sentires possuída por inteira</div>
<div class="MsoNormal">
Pois à mim o teu corpo não escapa</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E assim a tua carne não me foi impune</div>
<div class="MsoNormal">
Nas carícias vis com as quais te galguei<br />
Desbravando-te coxas, peitos e ancas</div>
<div class="MsoNormal">
Como omo quem domina a montanha</div>
<div class="MsoNormal">
E atinge o topo e chega ao ponto</div>
<div class="MsoNormal">
E ouço ecos dos gemidos e prazeres</div>
<div class="MsoNormal">
Ecoando no desfiladeiro quase santo</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Exaurida, olho-te e agora estás mais linda</div>
<div class="MsoNormal">
Porém incompleta quer viver outra luxúria </div>
<div class="MsoNormal">
E meus dantes olhos inocentes se extasiam</div>
<div class="MsoNormal">
Ao ver entre o vão castanho das tuas coxas</div>
<div class="MsoNormal">
Logo abaixo do pequeno triângulo</div>
<div class="MsoNormal">
Escorrer da tua flor a essência deusa</div>
<div class="MsoNormal">
Excretada dos prazeres múltiplos</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Excitado, no abrasivo do teu olhar sei o que agora queres</div>
<div class="MsoNormal">
E minha língua desliza em tua pele ao sorver-te o néctar </div>
<div class="MsoNormal">
Num ato inesperado e profano, o meu presente para a ti</div>
<div class="MsoNormal">
- Vais me matar prazer seu filho
duma cadela! -</div>
<div class="MsoNormal">
Devassa, me insultas, vadia com olhares de uma santa</div>
<div class="MsoNormal">
Depois num suspiro cravas as garras e me lambes a boca</div>
<div class="MsoNormal">
Então sorrio vulgar diante da felina com delírios de puta</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Copirraiti18Fev2013</div>
<div class="MsoNormal">
Véio China©</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-26480012069902776742013-02-15T21:36:00.001-02:002013-02-16T17:22:00.462-02:00O Leão<br />
<br />
O Leão<br />
<br />
Eu sou um leão<br />
Com a cabeça entregue<br />
Numa bandeja de lata<br />
Pelos caçadores do dia<br />
<br />
Sabe.....Talvez<br />
O que cansa não é perecer<br />
É reviver e tornar a fenecer<br />
................Indefinidamente<br />
<br />
Quantas mortes<br />
Serão precisas<br />
Para me morrer?<br />
Não sei, não sei<br />
<br />
Copirraiti15Fev2013<br />
Véio China©Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-12517442547823849722013-01-02T04:26:00.000-02:002013-08-08T23:04:09.687-03:00CativeiroCativeiro<br />
<div class="MsoNormal">
<br />
Sabes de mim passarinho</div>
<div class="MsoNormal">
Mais que me próprio sei</div>
<div class="MsoNormal">
Sabes do meu olhar</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Que jamais te perde</div>
<div class="MsoNormal">
E desta minha boca</div>
<div class="MsoNormal">
Que sussurra o teu nome</div>
<div class="MsoNormal">
Como quem acaricia com beijo</div>
<div class="MsoNormal">
Os contornos da própria alma</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Afinal, és um pássaro tão delicado</div>
<div class="MsoNormal">
E há tanta candura neste teu olhar</div>
<div class="MsoNormal">
Que te queria somente para mim</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Porém nada será mais que desejo</div>
<div class="MsoNormal">
Logo fantasias não são realidades</div>
<div class="MsoNormal">
Assim como a água não é o vinho</div>
<div class="MsoNormal">
Pois há muitos mistérios envolvidos</div>
<div class="MsoNormal">
Contidos num labirinto de questões </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O que sei é que teu poder deslumbra</div>
<div class="MsoNormal">
Quando pousas em meu pensamento</div>
<div class="MsoNormal">
E gorjeias a canção que me quer feliz<br />
<br />
Então eu apenas te olho e nos sorrimos<br />
Quando vergas as asas e ganhas os céus<br />
E mergulhas num voo de casta liberdade<br />
Para os olhos que obsessivos te desejam<br />
Mas não te querem pássaro em cativeiro</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Véio China</div>
<div class="MsoNormal">
02Jan2013</div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-180369418979553792012-12-18T17:58:00.003-02:002014-03-31T23:57:53.396-03:00Seis<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxkSgkCRlxOWnt1bXKApcmKY-3m0oDs-agyoDkLZ5WPeIGg4GHmb8ieJch0eL8z3iX2oGQBqSza-8TX97MZnQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Seis séculos,<br />
Seis décadas, </div>
<div class="MsoNormal">
Seis anos, o que são? </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Não sei e talvez ninguém há de saber<br />
<div class="MsoNormal">
O que apenas sei é que eles encerram</div>
<div class="MsoNormal">
As frações de tempo e toda a cultura</div>
<div class="MsoNormal">
Tatuando consciência, fazendo história</div>
<div class="MsoNormal">
Represando os momentos na memória</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Os seis anos...Sinceramente?</div>
<div class="MsoNormal">
Não sei e nem há como prever</div>
<div class="MsoNormal">
Portanto teus, só tu para saber</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
E ao fim talvez nem saibas</div>
<div class="MsoNormal">
Pois o pouco que deles sei </div>
<div class="MsoNormal">
Sei que vidas serão vividas</div>
<div class="MsoNormal">
Sei de tudo, é pouco, aliás</div>
<div class="MsoNormal">
E do pouco é que sei mais</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Seis que amores verterão à luz do dia</div>
<div class="MsoNormal">
Sei dos inesperados sabores amargos</div>
<div class="MsoNormal">
Que secarão junto às folhas de outono</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Sei dos atalhos no asfalto da mentira</div>
<div class="MsoNormal">
Sim, essencialmente sei dos humanos</div>
<div class="MsoNormal">
Das suas poucas verdades e da farsa</div>
<div class="MsoNormal">
Sei do sorriso desvendado na alegria</div>
<div class="MsoNormal">
E das mágoas que profanam o peito </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Evidente, serei muito mais que óbvio</div>
<div class="MsoNormal">
Pois insistindo humano sei algo mais</div>
<div class="MsoNormal">
Sei do traço, daquilo que é obscuro</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Sei da pele, boca, sei dos beijos<br />
Sei o ponto que abrasa o desejo<br />
Portanto sei das paixões, as taras </div>
<div class="MsoNormal">
Dos momentos tórridos, instantes</div>
<div class="MsoNormal">
Onde corpos se decretam prazer</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por fim minha amiga, sei que te pareço genérico ao persistir afirmando<br />
que nada sei, e o pouco que do pouco sei não te sacie, pois o comum<br />
despondera e não cala nesta boca que se embriaga nas ruas de Roma.<br />
Entretanto aquilo que pouco sei vou te dizer, talvez segredo ou legado:</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tudo haverá de se elucidar</div>
<div class="MsoNormal">
Na crua frieza dos segundos</div>
<div class="MsoNormal">
E na calidez do beijo da morte:</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Seis horas </div>
<div class="MsoNormal">
Seis minutos</div>
<div class="MsoNormal">
Seis segundos</div>
<div class="MsoNormal">
Apenas serão seis</div>
<div class="MsoNormal">
Para quê saber mais?<br />
<br />
<br />
Copirraiti18Dez2012<br />
Véio China©</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
**Para uma amiga de comunidade.<br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br /></div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-91072596698647555142012-12-14T12:16:00.000-02:002013-01-18T19:32:20.453-02:00Rota<br />
<div class="MsoNormal">
Ah, poesia!</div>
<div class="MsoNormal">
Poesia que devia</div>
<div class="MsoNormal">
Poesia que supus</div>
<div class="MsoNormal">
Poesia que não deixou a mente</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ah, coração!</div>
<div class="MsoNormal">
Coração que pulsou</div>
<div class="MsoNormal">
Coração que verteu</div>
<div class="MsoNormal">
Coração que procurou versos</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ah, emoção!</div>
<div class="MsoNormal">
Emoção que senti</div>
<div class="MsoNormal">
Emoção que sorriu</div>
<div class="MsoNormal">
Emoção que calou e percebeu</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Que bem ao meu lado</div>
<div class="MsoNormal">
Numa linha escondida </div>
<div class="MsoNormal">
A mais simples poesia</div>
<div class="MsoNormal">
Verso que tanto queria</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A poesia, meu anjo...</div>
<div class="MsoNormal">
A poesia faremos nós numa sinuosa estrada </div>
<div class="MsoNormal">
Onde ainda não vemos marcas no horizonte</div>
<div class="MsoNormal">
Mas apenas pegadas do meu amor por você</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Copirraiti14De2012</div>
<div class="MsoNormal">
Eduardo
Pavani<span style="font-family: Arial; font-size: 13.0pt;"> ©<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-42503182752381931312012-12-12T15:51:00.000-02:002012-12-15T00:43:31.621-02:00Fera!<br />
Ah! Se estivesses aqui<br />
Te levaria para as ilhas,<br />
E relaxaria à noite<br />
Ao o som das ondas<br />
Enquanto o vento<br />
Acariciaria nossos corpos<br />
Desnudos e em flamas<br />
Sob singela timidez do luar<br />
<br />
Porém não sou só mar,<br />
Sou entranhas, sou fúria<br />
A fera que te espreita<br />
Nas minhas tantas imagens<br />
E em muitas das paisagens,<br />
A que te introduzo<br />
Sim, não precisas dizer<br />
É sonho e não estás aqui<br />
<br />
Portanto não há o cheiro da caça<br />
Para saciar minha fome, pena!<br />
Pois não sabes das fantasias<br />
Que trajo as minhas vontades<br />
Inebriadas e perdidas de ternuras<br />
Desassossegadas em meus desejos<br />
Pelos lassos sabores desta boca<br />
Tua, e que meu corpo incendeia<br />
<br />
Argumentos: Claudia Valéria<br />
Participação: Véio China<br />
<br />
*Mais um de Clódinha!<br />
Esse..este sim, tórrido como um dia inclemente<br />
do mais insano verão.<br />
<br />
heheheVéïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-65575121394220969332012-12-06T18:38:00.000-02:002012-12-07T10:38:25.196-02:00Além-Mar<br />
<br />
Felina sim! Mas na ternura sou a mulher que arderá no ninho dos amores
proibidos, um lugar que somente eu sei da rota e onde se vive intensamente.
Compreendas, posso levar-te a esses lugares inimagináveis e em tantas outras extraordinárias viagens. Decidas agora se me queres menina mulher ou a onça que madura esturra
no fogo das minhas entranhas<br />
<br />
Ah amor! A saudade me era tanta<br />
Que em plena tarde deitei à alcova<br />
E pensei na maciez dos teus braços<br />
E nos lábios sussurrando bobagens<br />
Em meus ouvidos ávidos por elas<br />
<br />
...Porém o meu corpo insatisfeito queimava e então me levantei e segui para
a varanda onde sentada flertei com as estrelas que pairavam sobre a serenidade
do oceano. A tocante nostalgia estava
ali no cheiro do mar e na melodia dos ventos quando inexplicavelmente lágrimas
desceram de mim e banharam-me as faces - Algo persistia faltando e logo percebi
que eras tu – E te quis ali ao meu lado e naquele instante. E te quis com as
mãos nas minhas ao caminharmos pela praia sentindo nas solas dos pés as areia
ainda quentes de uma tarde de verão. Sim, e esse mesmo dia se definharia em
devaneios e cederia à cumplicidade duma lua cheia que contornar a minha
silhueta na moldura da paixão.<br />
E tudo insistiria e a saudade e meus pensamentos viajariam até um delicado
momento onde suspiraria, pois na verdade não estavas ali. E melancólicos os meus
olhos se voltariam para o mar e veriam o luar refletido nas águas num mesmo
tempo em que acanhadas vagas se quebravam na praia. E a tristeza cederia lugar
ao encanto e eu namoraria o chegar daquelas pequenas ondas que, depois retornariam tranquilas para o mar. E o instante e o cheiro e o vento me fariam consciente do simbolismo de
tão magnífica paisagem, e então compreenderia que ao chegarem me trouxeram
esperanças e retornando carregaram junto delas as minhas tristezas para um além-mar...<br />
<br />
Subitamente fui arrancada deste devaneio e sorri ao pressentir que virias e
te tornarias um porto seguro. E vou esperar por esse dia com a mesma ânsia da
onça e aguardar o instante que, atracando recolheras as embarcações repletas de
mim. <br />
Ah meu amor, venhas logo e não demores tanto! Venhas e carrega-me em teus
braços e faças de mim um dos motivos da tua loucura.<br />
<br />
Argumentos: Claudia Valeria<br />
Colaboração: Véio China<br />
<br />
*Eu e a minha querida amiga e ótima poetisa Cláudia (sim, ela vai dizer que
não!) nos conhecemos numa comunidade
chamada Bar do Escritor (Orkut) Sei que conversando recentemente Cláudia me
desafiou a elaborar um texto com algumas linhas mestras dos seus pensamentos. Bem,
tentei e gostei de brincar com elas. Porém a dúvida... talvez com as minhas
mexidas tenham perdido a leveza da
mulher.<br />
Mas também Claudia...tu há de me dar o crédito: Jamais fui mulher! hehehe<br />
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<br /></div>
Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-15892306331868475202012-12-01T01:47:00.003-02:002012-12-03T01:55:46.196-02:00A espera<br />
Queres uma poesia<br />
Mas ainda não sei volvê-la<br />
Meus sentimentos voam<br />
Planam e são águias incertas<br />
<br />
Que pousam em teu olhar<br />
Cura para as tantas dores<br />
<br />
Suspiras por uma poesia<br />
Que ainda não sei contrair<br />
Poesia talvez seja um parto<br />
Doloroso, difícil, prematuro<br />
<br />
Onde a aflição dos que amam<br />
Rezam o aguardo da sobrevida<br />
<br />
Desejas tanto uma poesia?<br />
Sim, desejas, mas não a fiz<br />
Apenas fito os teus olhos<br />
E contorno as imaginárias<br />
<br />
Linhas dos teus lábios<br />
Ao ouvir-te calma voz<br />
<br />
Questionas se esqueço a poesia?<br />
Não questiones baby! Eu a farei<br />
Poesia me é assim como o amor<br />
É igual ao ódio, esperança e dor<br />
<br />
Poesia é a mera questão do tempo<br />
Onde toda a existência se acomoda<br />
<br />
Copirraiti01Dez2012<br />
Veio China©Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/17729659509761141280noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4033036283911351232.post-73259529603756535212012-11-13T14:36:00.000-02:002012-12-01T07:59:18.848-02:00Mortos-VivosAssassinado o que acreditamos fenecemos o EU <br />
Tornando-nos apenas mortos-vivos <br />
Desses que levantam para novamente deitar. <br />
<br />
E quando a morte se faz por nós mesmos <br />
Levamos para um caixão ainda em vida <br />
A pujança do Fogo, do Ar, da Terra e Água <br />
Motrizes plenas de todas as sensações vivas <br />
Forças geradoras que sinalizam para a vida <br />
Inequívoca e única e o motivo de estarmos aqui.<br />
Digladiados entre o bem e mal, razão e emoção<br />
<br />
E cedo á razão ao não mais sentir-te as emoções<br />
O jeito que te me entregas ou que te restou no olhar. <br />
Pois aniquilei toda sandices e teus cruéis personagens <br />
<br />
Sim, foi doloroso extrair as mentiras nas tuas verdades<br />
Assim como dilacera-me agora ver teus olhos cerrados <br />
Pois lembro-me deles ainda sorrindo e gostava tanto <br />
Recordo também tuas palavras que um dia juraram<br />
Celebrar unicamente a verdade, como por exemplo <br />
Tua paixão por mim, raios de sol e noites de lua cheia <br />
Enquanto eu sorria no mesmo verde das tuas pradarias<br />
<br />
E agora é tão triste me ver no lugar no qual estou <br />
Perturba-me este odor, o doce cheiro da morte<br />
Se desprendendo como suor nestas flores eternas <br />
<br />
Desespera-me colorido destas pétalas aveludadas<br />
E das rosas que em tons avermelhados te ladeiam<br />
Entendas, te lamentam ao acariciarem-te a silhueta. <br />
Enfim... Não há do que te queixares, enfim, hoje <br />
E tão somente hoje elas te serão companhias <br />
Já que são as únicas testemunhas dum sentimento <br />
Que carne-unha riuiu juntamente a ti; O amor<br />
<br />
Portanto celebro a vida, não a tua, mas a minha<br />
Pois ainda sopra dentro de mim as força e vida <br />
Assim como demais os elementos da natureza <br />
<br />
Sim, confesso-te que por vezes me senti morto <br />
Mas ressuscitei no agora e assim me sinto lúcido <br />
Afinal, aquelas mortes jamais foram as minhas <br />
Todavia dona, me dói muito e te peço desculpas<br />
Pois me é impossível abandonar--te sem sepultar<br />
Ah..minha doce e insensível senhora... <br />
Se soubesses a dor quando se enterra um morto-vivo...<br />
<br />
Copirraiti13Nov2012<br />
Véio China ©<br />
**Estranho..amanheci pensando em Nelson Rodrigues...Véïö Chïñä‡http://www.blogger.com/profile/05692483004996136184noreply@blogger.com0