Talvez porque aja em mim o covarde confinado
Fracasso degustado em fogo brando
Temperado de angústias e madrugadas
Então saibas poltrão! Queiras mais,
Sejas mais que o fatigado sabor aveludado
Das belas e melancólicas pétalas de outono
E por que essas pedras pranteiam em minhas mãos?
Lacrimejam pois não há o meu desejo de aniquilá-las
Senão apenas a solitude dum esforço pérfido
De proteger-me do que restou junto a nave mãe,
Numa desastrada tentativa de rever-se enganos
Traços vitais de todas inverdades e crenças abarcadas
Afinal, poucas verdades jamais saciam os mentirosos
Porém a pergunta insiste e nunca cala:
Até onde renegarei a legitimidade daquilo que em mim não se opera?
Até onde renegarei a legitimidade daquilo que em mim não se opera?
Não sei e jamais saberei! Sou o frio, calor, broto de flor,
sou folha seca
Me visto na morbidez e a intempérie que açoita as quatro
estações
Insensível e inequívoco engano que não ousa como o sonho do
palhaço
Um anarquico logrando a vida naquilo que ela me dá de mais ordinário
Sou simplesmente um nada, ínfimo, menos que coisa qualquer
Enfim, o que há de humano e de desesperador agora lateja aqui
Nesse desacerto, nesta estrela ofuscada num céu de breu,
Nesse tolo intérprete de cansados scripts mitigados
Um farsante que sem o julgo se decreta na própria sentença
Da ambigüidade consumida nos três cantos da consciência
Enfim, sou água contaminada que jamais perfura pedra dura
E esses talvez são os motivos delas criarem afetos em minhas mãos
Sensações amargas que se distanciam das pétalas do outono que quis
Pois o que acaricio são somente pedras, frias, rijas, insensíveis
Pedras que um dia serão lançadas a penitencia que me
proponho
De chegar o momento de refletir-me num cálido sorriso de
criança
E nele abominar-me o espelhado e as tantas hipocrisias impostas
Nos dolorosos contornos escolhidos e na falsas fendas que murgulhei
Véio China ©
21/04/2012
Véio China ©
21/04/2012
Eu tinha certeza que esse blog de poesias, seria lindo!!!.....ADOREI!! e tenho saudades!!
ResponderExcluirbjos
Gisa.
(gisele)
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