domingo, 24 de abril de 2011

Os olhos de Irie

Não, não me olhes assim
Me furtam do mundo

Estes teus olhos verdes

Que luzem endiabrados
Feito tardes ensolaradas
Onde caço esmeraldas

Não, não me fites assim
Pois desnuda-me por completo

E eu sinto vergonha

Não de você e nem do meu corpo
Mas da insistência do olhar que cravas em mim
Sem eximir-me da veleidade de desbravá-lo


Copirraiti Abr2011
Véio China©

Homenagem a Iriene Borges e ao enigmatismo do seu olhar.
Abraços, Irie!

Portas ( Para Olga)

Portas estão sempre a me fitar
E no namoro eterno desvendo
Cada um dos tons do seu bater

Uns batem forte e ressoam a saudade
Que se despede num rangido triste
Desses que não se consegue evitar

Outros, sussurram meigos nas horas imprevistas
Pois as portas entreabertas, mesmo que doloridas
Perpetuam na eterna pergunta do pra que vieram

Contudo, apesar das lacerações, portas são  portas  
Madeiras que cedem à esperança no comando das mãos
Cientes apenas de como abrem e quando se fecham

No infindável calejado das expectativas


Copirraiti Abr2011
Véio China®