sábado, 7 de julho de 2012

Erros

Preciso aprender a controlar a fúria
das minhas palavras
Fazer da minha poesia paisagem calma
Onde não há pedras,
Onde não há erros

Observar atenta cada virgula, cada letra
contar as sílabas dos meus vãos sonetos
Preciso alentar meus verbos
Fazê-los concordar com a vida

Eu preciso nas minhas letras densas
Que o medo imenso
Já não seja prepositivo
Que os meus motes então não firam

Preciso deixar tempo e pessoas
que vão comigo no infinitivo
Guardar meus erros em meus escritos
enquanto a alma se ameniza

By Cristhina Rangel.


Um poema de minha amiga Cristhina
homenageando o Véio China pelo
relacionamento do dia-a-dia no BDE
uma comunidade literária do Orkut

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Anjos e Demônios


Somos anjos e demônios.
Enquanto anjo visita-te a doçura das preces
Que dedilha  poros e suga as tuas cavidades

E assim entre desejos e rubores é que te escancaras
Permitindo um beijar-te a  boca e acariciar-te o sexo
Num mesmo suave e costumeiro jeito de nos possuir 
Sorvendo-nos  o que se excreta na libido dos corpos

Porém nem sempre me quererás assim; Doce, sacro e santo.
Por vezes tornar-me-ás brasas e vestirás em mim o demônio
Que lateja em ti as profanas chamas que nunca adormecem
Desafiando-me os gemidos que se partilham pelas paredes
Como pudessem elas ocultar os segredos dos meus prazeres
Ou o momento espúrio onde não te importas em ser dona de ti
Pois me imploras perversa naqueles lábios devassos e carmins

- Cara,  venha! Aqui jamais o solo é santo
E nem tampouco você é o meu anjo agora!

Sim! É certo que te ouvirei um riso debochado
No instante que me revelas que teu peito ofega
E o momento é aquele, é hora, é bote de cobra:

- Venhas! Penetra-me rápido seu descarado! –
Ordenará a serpente que na cama rasteja em ti

Ora! O que importa é a iminência do prazer que concedo
Na pele que me vestes;  a do pobre diabo que te convém

Insatisfeita insistirás sedução e serás por mim possuída  
Para desfalecer no gozo que te escorrerá entre as pernas
Então me olharás vadia e recolocaras a diminuta calcinha
E sutiã transparente naquela irresistível tonalidade sangue

Depois o silêncio dos gemidos e tudo como sempre foi;
Sorrindo-me te levantarás e seguirás para o banheiro
E ali como de costume inspecionarás a  tua imagem
Caras e bocas e as mãos deslizando pelos fartos seios

Da cama os meus olhos te perseguirão e pelo vão da porta entreaberta
Apreciarão as estonteantes curvas vestidas na insensata lingerie grená
Então será o meu momento e sorrirei descarado acendendo o cigarro
Que expelirá fumaças que serpentearão ao reflexo do espelho no teto


Copirraiti 2011Set21
Véio China©