quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Carnívora

Dentes teus que penetram frios
A fincar como garras nas costas
Ao que a língua me lambe infame
Sentindo o gosto de mim, incauta
Impotente presa de tua fome

Que te excita e refuta o torpor
Então da carne sentes o calor
E no exalo da pele um odor
Que te enlouquece no ardor
De excretar de mim o sabor

Foi tua tocaia, perfeita, capitulo-me
Ao esturro da onça vil e carnívora
Que ora se aninha doce em meu peito
Depois de devorar-me ao meio do leito
Na fúria da posse e no delírio do amor


Copirraiti28Ago2012
Eduardo Pavani ©

4 comentários:

  1. Em primeiro lugar, quero te agradecer pela visita ao meu blog.
    E em segundo, dizer que sua poesia descreve os sentimentos de amor entre os seres de forma brilhante.
    Parabéns!

    http://didimogusmao.blogspot.com.br/

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  2. Uauuuu...
    Gosto desse erotismo sem ser vulgar, forte e intenso...ando enferrujada nas letras "sensualescas"...rs
    Passei para deixar Bjãooo
    V.

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  3. Valeus, Didimo! grato pelo comentário.

    Obrigado Valéria. Vi também teu blog e achei teus textos sensibilíssimos. Grato mesmo. Ah, mande um abraço para a nossa amiga Ro.Bjos.

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  4. Estava eu passando os olhos rapidamente pelas poesias e eles teimaram em se fixar nesta. Quanta consistência expressa em tão poucas palavras! São poesias desse estilo que me inebriam, me conquistam. Você selecionou palavras misturadas e delas dispos em perfeita colocação harmoniosa. Sem ser vulgar ela expressa o íntimo de um homem maduro em relação à sua talvez amada. Objetiva, direcionada, elegante e sexy, em suma, muito bem escrita. Parabéns!
    Posteriormente irei ler as demais.
    Beijão da amiga M. P.

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