quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Além-Mar



Felina sim! Mas na ternura sou a mulher que arderá no ninho dos amores proibidos, um lugar que somente eu sei da rota e onde se vive intensamente. Compreendas, posso levar-te a esses lugares inimagináveis e em tantas outras extraordinárias viagens. Decidas agora se me queres menina mulher ou a onça que madura esturra no fogo das minhas entranhas

Ah amor! A saudade me era tanta
Que em plena tarde deitei à alcova
E pensei na maciez dos teus braços
E nos lábios sussurrando bobagens
Em meus ouvidos ávidos por elas

...Porém o meu corpo insatisfeito queimava e então me levantei e segui para a varanda onde sentada flertei com as estrelas que pairavam sobre a serenidade do oceano.  A tocante nostalgia estava ali no cheiro do mar e na melodia dos ventos quando inexplicavelmente lágrimas desceram de mim e banharam-me as faces - Algo persistia faltando e logo percebi que eras tu – E te quis ali ao meu lado e naquele instante. E te quis com as mãos nas minhas ao caminharmos pela praia sentindo nas solas dos pés as areia ainda quentes de uma tarde de verão. Sim, e esse mesmo dia se definharia em devaneios e cederia à cumplicidade duma lua cheia que contornar a minha silhueta na moldura da paixão.
E tudo insistiria e a saudade e meus pensamentos viajariam até um delicado momento onde suspiraria, pois na verdade não estavas ali. E melancólicos os meus olhos se voltariam para o mar e veriam o luar refletido nas águas num mesmo tempo em que acanhadas vagas se quebravam na praia. E a tristeza cederia lugar ao encanto e eu namoraria o chegar daquelas pequenas ondas que, depois retornariam tranquilas para o mar. E o instante e o cheiro e o vento me fariam consciente do simbolismo de tão magnífica paisagem, e então compreenderia que ao chegarem me trouxeram esperanças e retornando carregaram junto delas as minhas tristezas para um além-mar...

Subitamente fui arrancada deste devaneio e sorri ao pressentir que virias e te tornarias um porto seguro. E vou esperar por esse dia com a mesma ânsia da onça e aguardar o instante que, atracando recolheras as embarcações repletas de mim.
Ah meu amor, venhas logo e não demores tanto! Venhas e carrega-me em teus braços e faças de mim um dos motivos da tua loucura.

Argumentos: Claudia Valeria
Colaboração: Véio China

*Eu e a minha querida amiga e ótima poetisa Cláudia (sim, ela vai dizer que não!)  nos conhecemos numa comunidade chamada Bar do Escritor (Orkut) Sei que conversando recentemente Cláudia me desafiou a elaborar um texto com algumas linhas mestras dos seus pensamentos. Bem, tentei e gostei de brincar com elas. Porém a dúvida... talvez com as minhas mexidas tenham perdido a leveza da mulher.
Mas também Claudia...tu há de me dar o crédito: Jamais fui mulher! hehehe

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