quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Esencia


Com quais os olhos
Queres que te decifre?
Desejas expor-me o olhar do começo
Inflamando ternura, bradando amores
Ou aquele que viceja as tempestades
Trovejando libido ou ardendo paixão?

Afinal, quais são teus olhos agora?
Eles estão arrefecidos no espírito?
Penso - Talvez tenhas te dobrado ao tempo
Como ciclos amainados em brisas de verão
Fatos que beatos em castas razões clamam
Por credos santos num tribunal de redenção

Digas...
Eu aguardo
Não me toca a  pressa!

..............

Então...
Calas, nada dizes?
Pois que diga eu!

Não, não és e jamais serás santa
Pois o olhar que por ora me fita
É o dos olhos que de ti conheço
E há tempestades, raios e trovão
A fome necessária ao teu instinto
Entocado esturrando devassidão

Mas...Não, não abdiques do teu olhar
E mesmo que tentes ser um camaleão
Assim como o foi ao início e será no fim
Entendo ser presa e por ti serei vitimado
Pois não há as asas da paz em teu olhar
Pero, sólo los ojos de las tantas onzas

Copirraiti14Jan2014
Véio China©

2 comentários:

  1. A brincadeira da palavra, e o poeta em brincadeira...a mutação, o nada óbvio! as entrelinhas e as fileiras, nada pode ser mais gostoso para um leitor que caçar coisas imprecisas nos textos de seus autores prediletos, então só posso agradecer mais uma viagem Véio China. Seus poemas diferem tanto de seus contos que até parecem vir de escritores diversos entre si, no entanto é exatamente esta diversidade que o faz gigante. Aplausos sempre.

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  2. decífra-me com teus olhos...
    que me viu caça, mas se esqueceu caçador.
    decífra-me nas tuas palavras...
    que me cercaram em danças "de um".
    que me conduziram ternamente à tempestades...
    festival, obtuso, de emoções!

    não queirias, tu, me calar; não.
    pois meu olhos falaram de paixão!
    presságio do que não foi.
    instinto selvagem acuado pela fome do querer.
    devorada e devastada pelo felino entocado.

    desejo me expor como foi no início
    e como será por fim, santos?!?!

    fale-me.

    .......................


    ou... não fale,
    falo por nós:iguais.

    presa da tua armadilha... algoz da tua prisão.

    e a libido, em torrentes ardentes de tesão,
    clama: redenção.

    Na tua calma sem pressa moram raios e trovões...
    teus olhos vicejam asas de paz.
    Pero... tus ojos invitan a las onzas solamente a soñar.


    *** te adoro, muito. ***


























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