sábado, 18 de setembro de 2010

Laceração

O chicote estala em minha imaginação
Na ponta
algo perfurante e metálico
Penetra-me as carnes, revolve entranhas
E toca-me quase a sombra da alma.
Há algo que possa me fazer sorrir?

Rios transformados em desertos
Lágrimas convertidas ao pó
Nuvens empoeiradas despencando dos olhos:
Ouro, amores,  dissabores
Virgens, puritanas, santas devassas
Há alguém que possa me fazer feliz?


Parido de ato lascivo
Feto gestado em nascente límpida e casta
Hoje não me há credo ou devoção a sei la o que
Não há anjo ou diabo que resida em mim
Se foi o deslumbre e o lirismo do homem das negridões
E o lamento de um sorver vida que aos poucos se esvai

Haverá outra vida para ser vivida?

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