Fingir que não dói,
que não corrói,
que não destrói
Fingir sorrisos certos,
lábios abertos,
está tudo bem, tudo certo
Fingir que não me foi derradeiro
Aquele dia primeiro,
amplo e tão verdadeiro
Mas que hoje me amarga a lembrança
fazendo ranger os dentes d"alma
E eu, impotente urjo esquecer o instante
em que minha alma na tua penetrou
Tentando sobreviver à rubra melancolia
Da sentença que aqui ainda reverbera:
- Ei! acalma-te, é bela a tua alma!
Jamais ficaria com aquilo que não é meu
Há de ter de volta tudo o que é teu -
E assim foi
no escarnio dum abutre sorriso,
que o teu braço se estendeu
e na mão, pela linha da vida
os lábios a minha alma assoprou
Nenhum comentário:
Postar um comentário