quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Todas estações - Um círculo vicioso -


Quisera eu vislumbrar o futuro
E no dom da virtude deslumbrante
Entender-me às previsíveis estações
Como um sorriso de flora Primavera
Exalando olor das  pétalas aveludadas
Em vivas tonalidades, natura aquarela

Mas vida não é unicamente tons e nem flores
Assim é possível que mareje os olhos e chore
Pois não sou somente  céu azul e nuvens alvas
Sou denso, enegrecido, tempestades de Verão
Que poderão fazer expulsar de mim os suores
Prantos amaros como as dores de finda paixão

Porém também haverá o meu tempo da razão
E daquilo que não foi feliz  far-me-ei o Outono
Folhas secas em calçadas sem dono, sem rumo
Desunidas pelo murmúrio das queixas do vento
Apontando em mim  crassos erros de percurso
Morte de minha tola poesia repleta de lamentos

Agora, cansado de ser flor, poeta sem ser poesia
Uno meus vasos vazios à famigerada melancolia
Sobrevivendo ao Inverno e às minhas mãos frias
Embriagado nos encorpados vinhos enrubescidos
Cerzindo o embotado de todos meus desenganos
Nas novas fantasias de amor em outra Primavera

Um comentário:

  1. Veio passando pra deixar Beijos e dizer que te leio sempre que possivel nem sempre comento, mas te leio..
    Beijos saudades..
    Gabi!!

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