segunda-feira, 2 de maio de 2011

A mentira dos cortesões

Você, língua de fogo, lábios carmim
em boca obscena
a murmurar indecências
dessas que me contaminam.

Eu, labareda incandescente
infectado pelo instinto e desejo
daquilo que é prenda e se esconde
sob o seu justo vestido vermelho

Nós, a rudeza dos seres ordinários,
que se perdem em arco-íris insensível,
e que se esvai das cores que avivam o amor.
Nada mais que viajantes insólitos

[nos delírios das rotas que nos são doentes]

Músculos, artérias e o sangue bombeado
pelo esforço e nos beijos sucumbidos
em bocas salivadas de libido, mas que hoje,
lamentam aquilo que se supôs legado

[a paixão que jamais deveria fenecer]

Enfim, somos o que se repudia, mentiras,
passageiros ensandecidos e vulgares
a viver de um passado que nos devora
quando nos vê extenuados e possuídos

[E o pior, nos chamando de “meu amor”]


Copirraiti 01Mai2011
Véio China®

Nenhum comentário:

Postar um comentário