domingo, 29 de agosto de 2010

Amigo de Bar

Amigo, eu preciso celebrar algo
Porém, jamais inusitado, tenha certeza
Quero celebrar a nossa amizade
E o carinho dos teus olhos sorridentes
Celebrar o fato de estarmos aqui depois de tanto tempo
Nos frios lábios da faminta madrugada
Ladeados por bebidas e um incauto frango à passarinho
Com molho tártaro e torradas de pão de alho

É inadiável que celebre algo
Celebrar toda tristeza que ajudaste a esvair de mim
A cada sorriso espocado em minha frente
Sorrisos que eram teus, mas que me acariciavam, consolavam
Preciso celebrar este momento com cervejas e caipiras de vodka
E com eles toda a liberdade de que me deste de sorrir ou de se lamentar
Celebrar as minhas falas impróprias, o tudo a ver, o nada a ver
Ruminados ébrios, mas que jamais constituíram agressão para teus ouvidos

Hoje eu quero, preciso e hei de celebrar algo
Celebrar cada uma das minhas gargalhadas que te pareceu não fazer sentido
E cada sentimento meu que parece não ter te havido
Celebrar o fato de estar comigo em tantas outras primeiras horas das manhãs
Acolhendo o sono duma metrópole que jamais dorme
Vista por nós com olhos ébrios e por lixeiros que ganham o seu pão
E é na solidão de outras tantas pessoas que nestas horas caçam seus divertimentos
Que ergo o brinde e celebro a você meu querido e inesquecível amigo de Bar

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