domingo, 29 de agosto de 2010

Despedaçado

Sou a dor
o prego no pé
o espinho nos olhos,
Sou a adaga no coração
Sou os batimentos
Os infindos amores,
e todos dissabores,
O mais louco dos atores
que sobrevivem ao alvorecer

E assim eu vivo,
respiro, suspiro
e choro
E aborto os afetos
de todos meus medos
E me surro naquilo que expurgo
No sentido que não me toca
Do cheiro de flor que não sinto
através do calvário que caminho

Deixem-me então
sangrar no próprio corte
Expor-me à toda sorte
Na esperança que o último momento
me seja consciente,
que me prume pro norte
que me vista de forte
diante o riso, da dor
e do bafejo da morte

Um comentário:

  1. Absolutamente lindo
    Doeu profundamente em mim, mas ainda assim, lindíssimo Véio! Beijo meu,

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