O Ego que te alimenta
Não cabe nas linhas que escreves
E nem o narciso que te atormenta
Consegue vislumbrar a beleza
Naquilo que seduz
Mas que em ti não te espelhas
Retira-te para as profundezas, Satanás
Tu e esta boca horrenda que desdenha
E que nos quer como bibelôs enfeitados
Enfileirados nos pós das tuas prateleiras
Queres vermes que nasçam do teu ventre
Para vomitares quando te for conveniente
Malditos seja aqueles semelhantes a tu
Que em nome da sacrossanta literatura
Fabricam e vicejam sentimentos torpes
São pútridos cirurgiões de hálitos cancro
Ao se suporem sublimes e inesquecíveis
Algo fervoroso, diria até, quase sagrado
Entretanto sei que o ator em ti preserva
Com reconhecidos talentos, é verdade
Porém para meu ato te reservo o papel
De aceitar-te torpe, miseravelmente tolo
A viver como um ladrão que sorri de si
Vaidoso ao enganar-te no próprio dolo
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