terça-feira, 31 de agosto de 2010

O Cangaceiro devotado

Ao longe a nuvem de poeira se levanta
E em desmedida desabalada
Engolindo o pó da estrada
O cavalo traz o homem e na algibeira
A recompensa das três mortes contratadas

Gildézio Zeferino é seu nome de batismo
Sangue ruim desde menino
Atarracado e olhar de escorpião
E igualzinho à Ferreira Virgulino
Que em vida fez da morte a profissão

Vulgarmente alcunhado
De “ Devotado Lampião”
Um cangaceiro pós-moderno
Que sem pedir adiantamento ou contrato assinado
Executa o  serviço com presteza e exatidão

Mas uma coisa em Zeferino há de ser admirada:
O seu respeito e devoção à  Virgem Maria
E nisso o seu Padim Pade Ciço há dar o testemunho
Que às seis em ponto, no badalar dos sinos e dobrar joelhos
Zeferin roga com os olhos bem abertos e desconfiados
O perdão à Nossa Senhora pruma vida de tantos assassinatos

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