domingo, 29 de agosto de 2010

Procuras

Procuro-me
Ache-me
Preciso ser encontrado
Não sob o sol
Pois me desagua o suor
E nem sob a lua
No clarão nem sei o que digo

Encontre-me mais embaixo
Nas profundezas
Onde torce a raiz da tamareira
Não  questione-me agora
Pois sou tão insano quanto o  trânsito
Da caótica cidade de  São Paulo

Procure-me
Não desista de mim
Talvez eu seja o arlequim
As cores das tintas nanquim
Ou mesmo um amigo de lata
Tal qual no Mágico de Oz

E se mesmo assim
Se não me achar
Procure-me em alguma mesa de bar
Não será difícil me encontrar
Em meio aos brindes dos copos
E da anarquia juvenil

E achando-me ali
Há de me flagrar  quieto
Bebendo em silêncio
E sem companhia
Num emaranhado de dúvidas
Afogado em nostalgias

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