Procuro-me
Ache-me
Preciso ser encontrado
Não sob o sol
Pois me desagua o suor
E nem sob a lua
No clarão nem sei o que digo
Encontre-me mais embaixo
Nas profundezas
Onde torce a raiz da tamareira
Não questione-me agora
Pois sou tão insano quanto o trânsito
Da caótica cidade de São Paulo
Procure-me
Não desista de mim
Talvez eu seja o arlequim
As cores das tintas nanquim
Ou mesmo um amigo de lata
Tal qual no Mágico de Oz
E se mesmo assim
Se não me achar
Procure-me em alguma mesa de bar
Não será difícil me encontrar
Em meio aos brindes dos copos
E da anarquia juvenil
E achando-me ali
Há de me flagrar quieto
Bebendo em silêncio
E sem companhia
Num emaranhado de dúvidas
Afogado em nostalgias
Nenhum comentário:
Postar um comentário