Hoje te reencontro à meia luz
E sob os meus dedos enrugados
Que nos escombros do passado
Remexem-te lenta e docilmente
Na velha caixa de madeira de lei
E neste momento e bem mais que
ontem
Flagro-te na alma da mulher
apaixonada
Que murmura em manuscritos delicados
Misturados ao mais fino papel
perfumado
Do teu inesquecível Chanel número
cinco
E me apego neste peso do passado
Onde tudo me ofertaste, e recusei
No pouco sonho que te abrasavas
Pois no reino de fadas encantadas
Querias ser rainha e eu fosse o rei
Mas assim não foi e assim confesso
Velho, tolo e rudemente amargurado
Que à cômoda do quarto penumbrado
Revê as duras saudades
transbordadas
Num melancólico relicário
abandonado
Véio China
ResponderExcluirVocê sempre fala:"Eu não sou poeta!"
Como Não???
Você é a poesia...Sorte da mulher que conseguiu mergulhar no coração carinhoso do Véio.
(amo esse poema)
Beijo
Sua doce Mar.